Akademia Magazine
AKADEMIAMAGAZINE[1] - Associação Académica da Universidade da Beira Interior
Outubro | Novembro 2008 Covilhã
Casa “O desafio na hora de procurar casa…”
Todo e qualquer estudante universitário, principalmente os recém-chegados e tão estimados caloiros, conhecem a árdua tarefa de encontrar uma casa para a longa estadia. Mas nem tudo são rosas e por isso a Akademia revelar-te-á alguns conselhos na hora de procurares uma casa.
A entrada na Universidade é uma das melhores experiências na vida de qualquer estudante. A mudança de cidade, o ambiente académico e as novas amizades são alguns dos privilégios que só o estudante universitário pode experienciar.
Os cafés, papelarias e lojas enchem-se de centenas de anúncios, e entre dezenas de telefonemas, torna-se um processo demorado e cansativo encontrar um simples quarto. Dá algum trabalho mas compensa sobretudo pela conquista de liberdade e independência.
Para a maioria dos estudantes deslocados, o alojamento corresponde à maior fatia do orçamento, e a maioria dos senhorios que aluga casa a estudantes não passa recibo, ou seja, o dinheiro que se paga pela renda nunca é reavido, não podendo ser declarado no IRS. No entanto, deve ser celebrado um contrato de arrendamento seja de uma casa ou um quarto.
Outro dos problemas que normalmente os futuros arrendatários encontram é que no meio de tanta oferta torna-se difícil seleccionar um quarto. Normalmente, os anúncios dizem apenas: “Quarto amplo e confortável perto da universidade”, não acrescentando muita descrição sobre o respectivo quarto.
O valor das rendas é outro aspecto a ter em conta, pois, muitas vezes o valor pedido pelos senhorios, nem sempre corresponde ao valor justo, levando muitas vezes os pais a optarem por comprar uma casa, pois poderá ser um investimento para o futuro.
Desta forma deixamos, embora de maneira breve, alguns conselhos na hora de arrendar um quarto. O primeiro passo é encontrares uma casa que fique próxima do teu pólo. Por norma, os estudantes escolhem habitações ou no centro da cidade ou em bairros periféricos à Universidade para minimizar o custo e tempo de deslocamento. Também a proximidade a lojas, a espaços de entretenimento, supermercados, entre outros serviços oferecidos
Influenciam a escolha…
O contacto com os proprietários é fundamental e a grande parte dos anúncios tem o número de telefone e/ou um e-mail, sendo mais fácil o contacto telefónico porque se fala directamente com a pessoa.
Se o proprietário te começar a fazer perguntas como: “És estudante? De onde és? Que idade tens?”, não te surpreendas pois o proprietário tem de conhecer minimamente as pessoas que coloca na sua casa. No caso de já haver pessoas nessa casa convém que te enquadres no ambiente para não criar confusões com os outros residentes.
O preço é também um factor decisivo na hora da escolha e cada caso é um caso. Normalmente as rendas variam entre os 125 a 150 euros mensais. Por exemplo, um quarto por menos de 100 euros mês é de desconfiar, pois ou está numa zona degradada, ou então o próprio apartamento não tem condições habitacionais. Um quarto razoável anda na casa dos 150 a 200 euros. E um quarto muito bom de 200 euros para cima.
Há que lembrar que para além do alojamento há outros gastos como sejam Gás, Luz, Água, TvCabo, Internet, etc. Se vais alugar um quarto numa casa particular confirma se podes usar a cozinha e a que horas, se podes receber pessoas, e que tipo de rotinas deves cumprir (horas de banhos, horas de chegar a casa, etc.). Qualquer que seja a tua opção não deves prescindir de determinados aspectos para o teu próprio bem-estar como: a facilidade e boas condições de alimentação (proximidade de supermercados e cantinas, utilização de uma cozinha equipada, quer seja individual ou comum), proximidade de transportes públicos a qualquer hora, independência e privacidade, comodidade e conforto, segurança, boa localização, bom ambiente, acesso e proximidade a serviços culturais, incluindo bibliotecas e salas de estudo, acesso a meios de comunicação (telefones, Internet) e proximidade de locais onde se possa praticar desporto.
Mas será que é mesmo necessário arrendar? A Residência Universitária é em princípio a opção que oferece um preço mais atractivo e é uma boa escolha senão conheces ninguém na cidade tens, então a oportunidade de conviver com todos os outros estudantes universitários alojados na Residência. Cada Residência tem o seu próprio regulamento quanto a regras de funcionamento geral, normas de segurança, direitos e deveres do residente.
Esperamos ter-te ajudado, lembra-te que pormenores podem fazer toda a diferença. Seja na residência ou num quarto nunca te esqueças procura conhecer melhor os teus colegas de casa, façam convívios, jantares em conjunto, e procurem definir uma estratégia para as tarefas de casa porque irá sempre haver alguém que se vai esquecer.
In: http://www.slideshare.net/akademiamagazine/akademia-magazine-01
Akademia Magazine 01
Data de publicação: Outubro | Novembro 2008
Data de consulta: 28/01/2011
[1] A Akademia Magazine é uma revista para estudantes, feita por estudantes. Estudantes interessados em participar podem publicar os seus artigos, as suas fotografias, mostrar projectos, trabalhos ou qualquer outro tipo de conteúdo do seu interesse.
Rapazes discriminados por senhorios ficam com os piores quartos
Muitos senhorios recusam-se a alugar quartos a rapazes. O estereótipo de desarrumados e borguistas faz com que sejam discriminados e restas-lhes procurar entre os aposentos rejeitados pelas raparigas.
No site da Federação da Universidade do Porto (FUP), a Agência Lusa encontrou dezenas de anúncios em que os senhorios especificavam a quem queriam arrendar. Em 80 por cento dos casos, os destinatários eram raparigas.
Mais desarrumados e menos dados às lides domésticas, mais borguistas e com mais espírito de festa. É desta forma que muitos senhorios vêem os estudantes universitários do sexo masculino. Pelo menos, é assim que os responsáveis de associações académicas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Faro justificam a opção evidente pelas mulheres em detrimento dos homens.
Para Nuno Grandin, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CCIG), "esta é claramente uma situação de discriminação".
"São fenómenos de algum preconceito, que projectam comportamentos estereotipados dos homens e das mulheres, em que elas estão mais associadas às lides domésticas e eles a comportamentos mais desarrumados", disse à Lusa.
Em termos legais é uma situação complicada, já que muitas vezes se trata de arrendamentos de habitações privadas onde vivem os próprios senhorios, que têm direito a escolher com quem querem viver. Nuno Gradim lembra que "as liberdades individuais estão acima de todas as outras".
O presidente da FUP, Ivo Santos, é o primeiro a falar em discriminação, mas lembra que existem situações que podem justificar a opção: "Há senhoras idosas que arrendam um quarto na própria casa e têm alguma resistência em acolher um rapaz nos seus aposentos".
No entanto, para os outros responsáveis académicos, o problema passa mais pelo estereótipo comportamental associado aos dois sexos.
"Os senhorios dizem que as raparigas são mais arrumadas, mas para nós isso é discriminação. Aqui somos todos estudantes", defende a coordenadora do Gabinete de Acção Social da Associação Académica de Coimbra, Ana Margarida. Segundo esta responsável, "há mais quartos disponíveis para raparigas, numa relação de 60 para 40".
Também em Évora, as mulheres são as predilectas, porque os senhorios acham que "os rapazes, quando abandonam as casas, dão sempre mais encargos porque estragam mais", lembrou Bruno Marques, da associação de estudantes da universidade alentejana.
Na capital, o presidente da Direcção da Associação Académica da Universidade de Lisboa, Paulo Pinheiro, considera que a situação só não é mais grave graças à elevada oferta que não deixa ninguém sem tecto. Mas admite conhecer casos em que "as raparigas ficam com os melhores quartos".
O problema é que nem todas as cidades universitárias têm quartos suficientes para as necessidades. Em Faro, entraram este ano cerca de 1500 alunos e a universidade só tem registo de 200 quartos para arrendar, disse à Lusa Ana Sequeira, responsável pelo gabinete habitacional da Associação de Estudantes da Universidade de Faro.
Acabados de chegar à cidade, alugar um apartamento torna-se uma opção muito dispendiosa quando ainda não existe uma rede de amigos com quem partilhar a renda.
Segundo Ana Sequeira, estes casos acabam sempre por se traduzir em situações bastante complicadas: no desespero, há quem implore ao senhorio para deixar ficar dois estudantes num quarto de um, quem peça para ocupar a sala e quem não tenha alternativa a não ser ficar na pousada do Instituto da Juventude ou em outras pensões.
"Nos quartos em melhor estado, os senhorios têm preferência pelas raparigas, porque acham que estimam mais, mas a verdade é que também fazem festas e convidam rapazes. Os senhorios acham que as raparigas não queimam frigideiras a fritar batatas fritas", ironiza Ana Sequeira.
In: http://ww1.rtp.pt/noticias
RTP 1 Noticias
Data de publicação: 28/09/2008
Data da consulta: 12/03/2011
Quarto de um universitário. Quatro paredes, um colchão no soalho e demasiados euros por mês
por Sílvia Caneco, Publicado em 25 de Setembro de 2010
Cubículos sem janelas. Um simples colchão em lugar de cama. Corremos a cidade como universitários e não encontrámos um quarto de jeito para arrendar em Lisboa.
Avisos: nada de furos na parede, nada de coisas coladas com "aquela coisa que parece pastilha elástica azul" porque isso deixa marcas, nada de arrancar a alcatifa, muito cuidado com a máquina de lavar e o fogão. Visitas só de dia, entradas em casa até às 22h e, já agora, uma cópia do BI e um número de telefone da família, porque "ainda há dois anos precisámos de avisar o pai de uma miúda porque andava a chegar a casa às tantas". "Não é que nos metamos na vida de quem vem aqui para casa, mas estávamos preocupados com o que ela andaria a fazer", insiste o proprietário, com o rosto da mulher a consentir, e ainda o da filha, que também tinha ido apresentar o quarto em Benfica como se a ocasião fosse uma romaria.
Maria, disfarçada de estudante de Composição na Escola de Música, já estava de cabelos em pé quando a reacção ao aviso de que além de estudar composição tocava órgão, dita o fracasso da primeira tentativa de aluguer de quarto. "Ó Manuela diz que toca órgão", diz o homem de chapéu e casaco puído à mulher. "É que nem podemos deixar isso. Já viu a barulheira que era? As outras meninas entram sempre em casa às dez da noite e os vizinhos são pessoas de trabalho e de respeito."
Foi só o fim de uma conversa telefónica que começou com a descrição entusiástica de um quarto e que, por 175 euros, parecia bom de mais para ser verdade. "Não se vai arrepender. É um quarto de primeira classe", dissera o senhorio. A primeira classe são 5 metros quadrados de quarto, sem uma única janela para entrar luz. "Mas se tiver a porta aberta vai receber a luz da cozinha e essa lâmpada é das mais fortes." Tem escrivaninha, mas só abre se a porta estiver fechada. A primeira classe é um colchão no chão, mas "dos bons, dos ortopédicos". Uma série de prateleiras, forradas com papel florido que termina com um recorte em bicos, enche a parede na vertical, por cima do colchão de solteiro. O quarto de primeira classe tem tudo para ser uma despensa.
Segunda paragem: Sete Rios, frente à linha de comboio. Quartos por 210 e 230 euros num terceiro andar sem elevador. A mobília, de um tal conde, não é bem o que uma rapariga de 20 anos quer, mas os quartos são grandes e a senhoria não faz muitas perguntas. O pior vem depois: "As despesas estão incluídas se não ultrapassarem os 40 euros de água, luz e gás." Máquina de lavar roupa não há, "mas posso lavar duas máquinas de roupa a cada uma por mês em minha casa". Depois de anunciar um local sossegado, o comboio passa e a casa estremece como se ele fosse descarrilar por ali adentro.
No Alto dos Moinhos, finalmente um anunciante que não mente. "Casa bem decorada, excelentes condições, a cinco minutos do metro." Maria, desta vez disfarçada de estudante de Publicidade, testa o tempo: nada mau, só precisa de quatro minutos da saída do metro até à porta. Prédio novo, sala com LCD, DVD, sofá e chaise longue, quarto de princesa, duas casas de banho para três. Único senão para um estudante não trabalhador: o preço - 300 euros. E sem recibo.
O discurso do "não dá para passar recibo, não compensa" repete-se, mesmo numa casa que renderá ao proprietário nada mais nada menos que 2 mil euros por mês: a receita de uma casa transformada num corredor com oito quartos, a 250 euros cada, no Conde Redondo, Picoas. O preço do cubículo nem é discutível para o representante do proprietário, que tem mais uma série de prédios com quartos arrendados de cima a baixo, como enormes repúblicas, entre o Saldanha e a Baixa. "Não vai encontrar um ambiente como o deste prédio em lado nenhum. Tem estudantes, trabalhadores, engenheiros, cabeleireiros, Erasmus de toda a parte. As portas até costumam estar abertas e é sempre gente a entrar e a sair", justifica com ar de quem espera ver olhos a brilhar perante a possibilidade de alugar um quarto sem privacidade.
A Cidade Universitária e a Avenida de Roma seriam boas opções mas a cada cinco telefonemas quatro estão ocupados. Os que sobram são os tais de casa "com ou sem serventias totais": ou seja, casa com senhorio incluído com a mobília. E Maria, que num dia e meio se disfarçou de estudante de cursos da Música à Literatura Portuguesa, ainda foi vítima de engodo. A mesma mulher prometera-lhe mostrar dois quartos, em duas casas "muito bonitas e bem situadas" por 220 euros, com despesas incluídas. Na primeira, na Morais Soares, na praça do Chile, a cozinha parecia ter sofrido um terramoto. A pilha de louça por lavar em cima do fogão, os pacotes de leite na pia de louça, a torradeira no chão, as bolachas, os cereais, as garrafas de óleo e de azeite em cima da mesa, onde não sobrava espaço para um prato. Na segunda, na Av. Afonso III, os pés tinham de pedir licença à mobília para passar. E os moradores afinal não eram estudantes, mas um casal recém-casado que dormiria no quarto ao lado.
Menos uns quilos de paciência, mais um telefonema, mais uma história inventada: estudante do 2.o ano de Antropologia. A proprietária do quarto na Estrada de Benfica vendeu que a casa estaria a dez minutos a pé do metro do Colégio Militar. Maria precisou de 25, a passo rápido. Quando a porta se abriu, Maria teve cinco segundos de névoa no cérebro e quis correr pelas escadas abaixo. "Você... eu não a conheço de algum lado? Mas sem óculos!", ouviu de dentro de casa. Pensou abrir o jogo mas, conhecendo o feitio da proprietária que lhe abrira a porta, receou o fim da reportagem. Disfarçou e ignorou o emaranhado de perguntas: "Como se chama mesmo?", "Tem a certeza que não fez nada antes de Antropologia?. Concentrou-se na casa com uma só casa de banho para quatro pessoas e um hall disfarçado de sala, com duas cadeiras de cozinha a olhar para uma televisão apoiada num estrado de madeira e para o vazio e nos dois quartos vagos - um sem janelas, por 150 euros, e com uma porta que dava para o outro, de 230. Ouviu não aos recibos, disse que ligaria mais tarde e saiu cheia de vontade de contar aos ex-colegas de universidade que a professora empertigada arrenda quartos miseráveis.
iOnline – Jornal de Notícias de Portugal e do Mundo
Data de publicação: 25/09/2010
Data da consulta: 04/02/2011
Só 15% das casas para alugar a estudantes têm condições
Ausência de recibo na base da maioria dos chumbos da comissão universitária
Paula Rocha
A esmagadora maioria das casas para arrendamento não têm condições para receber estudantes universitários. Em 100, apenas quinze receberam a Certificação de Alojamento da Universidade de Aveiro.
Apenas 15% das casas visitadas pela Comissão de Certificação de Alojamento da Universidade de Aveiro (UA), num trabalho de parceria entre os Serviços de Acção Social e a Associação Académica, reúnem todas as condições necessárias para serem arrendadas a estudantes universitários.
Aquela comissão definiu um conjunto de critérios, tais como, o senhorio ser obrigado a passar recibo, o quarto ter condições de habitabilidade e de estudo, não serem impostas restrições à utilização da casa de banho para higiene pessoal, bem como horários de entrada e saída, e ainda ter boas condições de iluminação.
No teste, e num universo de 100 habitações visitadas pela equipa de avaliação, só 15 receberam o respectivo certificado de habitabilidade, tendo as restantes entrado para uma espécie de "lista negra" dos Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro (SASUA).
Naquelas casas, o valor médio da renda ronda os 150 euros. Hélder Castanheira, administrador dos SASUA, não se mostrou surpreendido com a baixa percentagem de casas que não cumprem todos os requisitos e acredita que aquele número irá aumentar, atendendo ao trabalho de "sensibilização que está a ser feito juntos dos senhorios".
"É a primeira vez que esta iniciativa se realiza e, por isso, este é um número expectável. Contudo, estou em crer que o mercado irá reagir e estes indicadores vão melhorar, em detrimento da economia paralela que, infelizmente, ainda é uma realidade", garante.
Os alunos da universidade, com direito a bolsa de alojamento mas sem lugar nas residências, recebem um subsídio que só é pago "mediante a apresentação do recibo", esclarece Hélder Castanheira, realçando a importância do cumprimento de todos os requisitos por parte dos proprietários.
Hélder Castanheira explicou, ainda, que, na maioria das casas visitadas, o facto de os proprietários não passarem recibo "foi a principal razão para não obterem o certificado". "Com esta iniciativa, queremos garantir boas condições aos estudantes e que os pais recebam o recibo a que têm direito para as respectivas deduções fiscais", esclareceu o administrador dos SASUA.
Esta iniciativa dos Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro surgiu da necessidade de dar resposta às solicitações de muitos estudantes da Universidade de Aveiro que recorriam aos serviços na tentativa de conseguirem um lugar nas residências universitárias.
"Muitos alunos, sobretudo os do primeiro ano, não conhecem bem a cidade e acabam por arrendar quartos sem condições e, a meio do ano, recorrem ao nosso serviço para os ajudarmos", revelou Hélder Castanheira.
Para tentar combater aquele tipo de situações, a Universidade de Aveiro deverá, até ao final do ano, ter disponíveis mais 250 camas na residência universitária que está a ser construída no Crasto.
In: http://www.jn.pt
Jornal de Notícias
Data de publicação: desconhecida
Data da consulta: 10/02/2011
Maioria dos senhorios não passa recibo
por INÊS BANHA, 08 Fevereiro 2011
Prática é ilegal. Há ainda quem admita passar recibo caso o preço do arrendamento do quarto seja ligeiramente superior.
A grande maioria dos senhorios contactados pelo DN não passa recibo de pagamento aos inquilinos dos seus quartos, embora alguns deles aceitem fazê-lo caso o valor dispendido pelos mesmos seja um pouco mais elevado. A prática não é legal.
Apenas dois dos 15 senhorios contactados pelo DN responderam positivamente quando questionados se passavam recibo de pagamento. Dos 13 restantes, dois puseram a hipótese de o fazer se o preço da renda, negociável, fosse ligeiramente superior, enquanto outros dez afirmaram sem reservas que não é essa a sua prática. Houve ainda um que reconheceu passar recibo apenas no caso de todo o apartamento ser alugado.
Ao que o DN apurou existem, por todos o país, quartos para arrendar em dois tipos de habitação: imóveis que se destinam exclusivamente a essa prática e particulares que optam por alugar um dos quartos da sua residência privada a um inquilino.
Em qualquer dos casos, alugar um quarto implica partilhar espaços como a sala, a cozinha e, quase sempre, a casa de banho. Normalmente, com no mínimo duas pessoas. Isto apesar de a maioria dos quartos ser individual, mesmo quando do mobiliário faz parte uma cama de casal.
Já os preços, que muitas vezes incluem despesas de água, gás, electricidade e até televisão por cabo e acesso à Internet, oscilam, de um modo geral, entre os 150 e os 300 euros, dependendo da área da assoalhada
A título de exemplo, o DN encontrou, pelo patamar inferior, um quarto com nove metros quadrados e, pelo preço mais elevado um com 12 metros quadrados, ambos na cidade de Lisboa. Em qualquer dos casos, e à semelhança dos restantes anúncios respondidos, os apartamentos ou moradias estão completamente mobilados.
Também no tipo de inquilino desejado é possível descortinar uma tendência para preferir estudantes, particularmente em zonas universitárias. Apesar disso, são vários os anúncios que referem procurar trabalhadores, com particular destaque para professores, nomeadamente quando em causa estão habitações localizadas nas imediações de escolas básicas e secundárias.
Já quanto ao sexo da pessoa a quem se alugará o quarto, a situação é heterogénea. Embora haja senhorios que optem por dizer expressamente que preferem raparigas ou rapazes, foram várias as casas encontradas pelo DN em que homens e mulheres partilham os espaços comuns do apartamento ou da moradia. Isto quer se esteja a falar de imóveis destinados exclusivamente ao arrendamento de quartos, quer se esteja a falar de residências privadas, onde o inquilino partilha a habitação com a família que lá vive.
In: http://noticias.comunidade.com.pt
DN Portugal
Data de publicação: 08/02/2011
Data da consulta: 03/03/2011
Évora: Maioria dos senhorios de estudantes universitários não passa recibo de renda
Sexta, 10 Setembro de 2010 10:56
A Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) denunciou hoje que "a maioria dos senhorios" dos estudantes da academia não passa recibo de renda e alertou para a "falta de condições" de algumas habitações que são arrendadas a "preços exorbitantes".
"Existem casas com muito más condições e a preços exorbitantes, quando comparados com outras cidades universitárias, sendo que a maioria dos senhorios não passa qualquer recibo", afirmou à Agência Lusa o presidente da AAUE, Luís Rodrigues.
Contactado hoje pela Lusa, o director distrital de Finanças de Évora, Hilário Modas, confirmou a recepção da denúncia da AAUE e garantiu que o organismo "tem actuado sempre que são feitas denúncias de forma objectiva e identificada".
"A Administração Fiscal e a Direcção de Finanças de Évora trabalham com base em planos de actividades, que definem regras, critérios e prioridades, o que impede de actuarmos sem ter por base qualquer elemento ou dado devidamente objectivado", alegou.
Para avançar com qualquer tipo de fiscalização junto dos senhorios, acrescentou, a Direcção de Finanças tem de possuir "elementos de prova para poder fundamentar eventuais correcções que haja a fazer".
Por sua vez, o dirigente associativo considerou que o facto de os senhorios não passarem recibo de renda "é terrível" para os estudantes, porque os valores "são bastante elevados" e, no final do ano, os alunos "não são ressarcidos", através do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS).
Além de não passarem recibo, Luís Rodrigues acusou alguns senhorios de "não se preocuparem com as habitações" arrendadas aos estudantes da Universidade de Évora, o que faz com que existam "casas e quartos sem quaisquer condições" para os alunos estudarem.
"Uma pessoa quando está numa universidade necessita de ter condições e bem-estar para conseguir estudar e ser produtivo. Não acredito que um estudante consiga ser produtivo a viver num vão de escada", disse.
Adiantando que "arrendar um quarto em Évora pode passar dos 200 euros por mês, sem contar com despesas de água, electricidade e gás", o presidente da AAUE advertiu que as autoridades "devem investigar e usar os meios legais para resolver este problema".
Segundo os dados da AAUE, a Universidade de Évora é frequentada por cerca de nove mil alunos, nos três ciclos de ensino, sendo que cerca de 60 por cento destes são oriundos de fora do concelho.
In: http://www.dianafm.com
Diana FM
Data de publicação: 10/09/2010
Data da consulta: 18/02/2011
Programa Aconchego
“Alojamento de estudantes na cidade do Porto”
O que é o Programa Aconchego?
É uma iniciativa que pretende apoiar e promover o bem-estar dos seniores e suas famílias, através do alojamento de jovens universitários nas suas residências.
Quais são as características deste Programa?
Este programa assenta numa perspectiva intergeracional. O sénior disponibiliza casa ao estudante e o estudante contribui, através da sua companhia, para a diminuição do sentimento de solidão e de isolamento do sénior.
Quem pode aderir ao programa?
Seniores, com mais de 60 anos, residentes no concelho do Porto que vivam sozinhos ou com o cônjuge e com condições na sua casa para o acolhimento de um estudante.
Estudantes do ensino superior, com idade entre os 18 e 35 anos, não residente no concelho do Porto.
Quais são as vantagens de adesão ao Programa?
· Troca de experiencias entre gerações;
· Companhia para o sénior;
· Redução das despesas de alojamento para o estudante.
In: http://www.bonjoia.org
Fundação para o desenvolvimento Social do Porto
Data de publicação: desconhecida
Data da consulta: 10/02/2011Brasileiros e Africanos com dificuldades em alugar quartos
Aveiro – segunda-feira, 20 de Outubro de 2008
Estudantes de programas de mobilidade afirmam já ter sido discriminados pelos senhorios. Conservadorismo e receio pela diferença são algumas das justificações.
Cláudia Carneiro | Soraia Amaro
Alugar um quarto onde morar durante os anos de curso nem sempre é simples para os alunos que chegam à Universidade de Aveiro (UA) vindos de outra cidade. E pode ser ainda mais difícil para estudantes africanos e brasileiros, que se queixam da desconfiança ou rejeição por parte dos senhorios. Xenofobia, racismo ou incapacidade para lidar com a diferença são as explicações encontradas por quem já passou por dificuldades no momento de arranjar alojamento.
“Foi tão difícil alugar quarto que fui obrigado a ficar numa pensão”, revela o guineense Malique Seidi. “Via o anúncio no jornal, contactava o senhorio e marcava um encontro para ver o quarto. Mas chegou a acontecer ele não me abrir a porta por perceber o meu tom de pele. Ou então diziam que era engano ou que o quarto já estava alugado”, revela. Outro método frequente para dificultar o aluguer é o pedido de documentação excessiva. “Os senhorios criam um conjunto de dificuldades que levam o estudante a desistir”, explica Luís Ricardo Ferreira, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv).
Ainda de acordo com este dirigente académico, é comum haver alguma resistência a possíveis inquilinos estrangeiros, ainda que em diferentes graus que variam com a nacionalidade. Para o guineense Malique Seidi, é uma questão cultural. “É o normal medo do desconhecido, o receio pela diferença”.
O aluguer ilegal, sem contrato nem factura e não tributado, constitui outro entrave. “Muitos estudantes estrangeiros precisam de um comprovativo de morada, que seria o recibo. Sabendo disso, os proprietários evitam os naturais dos PALOPs”, justifica Negesse Pina, são-tomense e representante da AAUAv.
“Conservadorismo” próprio da “faixa etária de quase todos os senhorios, entre os 50 e os 70 anos” é, para Negesse Pina, outra das justificações. O mesmo se passa com brasileiros, principalmente se raparigas. “Há um estigma que as relaciona com a prostituição”, observa. “Há muitos mitos e pouca informação”.
Já Odrassir Almeida, da Associação de Cabo-Verdianos da UA, acredita que o grande problema dos senhorios é a intromissão excessiva, que vai do controlo das visitas à despesa de água. “Se pagamos a horas devemos ter privacidade. Mas há quem passe a vida a cobrar a renda, mesmo antes da data”, defende.
Brasileiros são comunidade mais numerosa
A UA recebeu, no último ano lectivo, 419 alunos provenientes do Brasil e dos PALOPs, quando em 2006/07 este número tinha sido de 342. A maior fatia é oriunda do Brasil, representando um total de 210 inscritos, número que tem vindo a crescer. No ano anterior, tinham sido176 os brasileiros a escolher a instituição aveirense para um semestre ou um ano da sua licenciatura, mestrado ou doutoramento.
O número de alunos das restantes nacionalidades também tem crescido. Os caboverdianos, que eram 90 em 2006/07, passaram a ser 122 no ano lectivo seguinte. De São Tomé e Príncipe vieram, em 2007/08, 26 alunos, contra 17 no ano anterior, e de Moçambique 17, mais três que em 2006/07. A comunidade guineense é a menos expressiva, com 14 alunos em 2006/07 e 17 no ano passado.
Entre estes 419 alunos estrangeiros, que chegam à UA através de programas de mobilidade, não há só queixas de discriminação. Também há quem não tenha sentido qualquer dificuldade em alugar casa e quem não tenha qualquer queixa a apontar. É o caso, por exemplo, da brasileira Luiza Sequeira, chegada a Aveiro no início de Setembro.
Trazia consigo a vantagem de ter “algumas dicas”, como explicou ao Diário de Aveiro. “Uma outra brasileira que veio a Aveiro no ano passado deu a dica sobre o lugar onde morou à colega que veio comigo”. Por isso, chegou à cidade já com um lugar fixo para morar.
Antes de ter essa ajuda, no entanto, tinha em mente “ficar em alguma pousada ou albergue e esperar algum tipo de informação que pudesse aparecer na Universidade”, considerando que, dessa forma, seria mais fácil.
Foi a dificuldade que encarou para arrendar casa, enquanto estudante universitário, que levou João Ribeiro a criar o
O responsável considera que os websites existentes são demasiados rígidos - normalmente, sites de imobiliárias/pagos - ou demasiado generalistas - sites de classificados -, não respondendo às verdadeiras necessidades tanto de quem disponibiliza como para quem procura alojamento.
A estas dificuldades de procura baseada na Internet somam-se as dificuldades associadas à procura de casa através de anúncios colocados nas montras de estabelecimentos comerciais, que muitas vezes são repetidos, sem qualquer controlo e ordem, provocando um conjunto de chamadas telefónicas desnecessárias por parte de quem tenciona arrendar.
Radicando num projecto de criação individual, o casasnomapa.com reclama um modelo de negócio que permita sustentar o seu crescimento quer em funcionalidades, quer em capacidade de resposta ao crescente número de utilizadores. De acordo com a equipa responsável pelo projecto, o casasnomapa “continua a evoluir de forma orgânica, abrangendo o mercado imobiliário em geral. Desta forma, estabelecem-se neste momento parcerias e modelos de colaboração com os agentes estabelecidos neste mercado”.
In: http://www.emaveiro.com
Em Aveiro
Data de publicação: 20/10/2008
Data da consulta: 08/03/2011
www.casasnomapa.com, um website que facilita a comunicação entre arrendatários e interessados em arrendar um imóvel. Desde que o site foi disponibilizado, em meados de Agosto de 2008, o número de visitantes tem crescido, tendo chegado perto dos 10 mil, no primeiro mês de existência.